sábado, 16 de setembro de 2006

Falando de... Pontes ...

Falando de... Pontes ...

Há pessoas nesta nossa vida que são especialistas em destruir pontes. Não são afeitas à área de engenharia,
nem tampouco estou me referindo às pontes em ferro e concreto.
Falo das pontes afetivas que a duras penas construímos ao
longo de nossa jornada nestes caminhos da vida.

Construir uma ponte é trabalho grande,
difícil, mas prazeroso.
Começamos a construção quando conhecemos
alguém que nos toca o coração.
Passamos a dedicar a tal pessoa uma boa dose de nosso afeto,
de nossos cuidados, de nosso tempo e até um cantinho onde colocamos seu nome no altar de nossas preocupações.
Em nossas preces o nome dela está presente,
junto ao de nossos filhos e demais entes queridos.

Dia-a-dia vamos adicionando mais um detalhe que ligará
nosso coração ao coração daquela pessoinha que está na outra ponta. A cada nascer do sol procuramos solidificar a amizade,
para que seja duradoura e nos acompanhe além da morte,
pois quando temos amigos que realmente nos amam,
não morremos,
vivemos em suas lembranças e nas saudades que sentem de nós.

Assim como há pessoas que procuram exercitar para que
mais e mais pontes sejam erguidas,
há outras que,
assim que ultrapassam as dificuldades que faziam com
que nos buscassem,
dinamitam a ponte que construímos com tanto cuidado.
Vão-se embora sem nem ao menos olhar para trás.
Ficamos vendo os restos de amizade,
companheirismo e carinhos despencando precipício abaixo e nem sempre sabemos por que fomos descartadas.

Se bem que temos a impressão de que fomos por não
sermos mais necessárias,
por não oferecermos mais nada que elas necessitem para
seguir seus rumos em direção a um apex qualquer,
determinado como objetivo de vida e pelo qual lutam até à morte.

Determinaram que nunca mais em suas vidas precisarão de nós...
Não somos mais necessários...somos descartáveis.
É assim que somos classificados agora.
Ficamos do lado de cá do que restou da ponte.
Sentimos falta do complemento perdido como se ele fosse visceral.
Sabemos construir pontes,
mantê-las firmes sob qualquer intempérie que a mãe natureza
resolva enviar,
mas somos impotentes para lidar com a natureza humana
e sua gama interminável de falhas.
Ficamos contemplando aquela pessoa que se vai,
pisando firme, olhos duros, postos no horizonte.
O que será que poderá encontrar lá que justifique o abandono
de que fomos vítimas?
Será que o que lá existe não poderá ser exibido para o amigo verdadeiro que foi vilmente afastado de sua vida?

Vilania, sim é a prática da vilania sendo exercitada
em toda a sua (in)glória.
Quando pobre, sofrido, calejado pelo infortúnio que diuturnamente
batia à sua porta,
encontrou em nós abrigo, cortesia, amizade e carinho... mas agora... agora nada temos a oferecer.
Nossos cuidados supriram suas necessidades e nossa força
os colocou de pé... de pé para nos voltar as costas e dinamitar a ponte.
Que nos resta fazer?
Nada mais resta... de nada mais ele precisa,
o fraco foi fortalecido, basta-se a si mesmo.
Só nos cabe permanecer olhando,
com o coração confrangido,
até que ele desapareça numa das curvas do caminho.
Ficaremos um pouco de tempo sozinhos... só um pouco,
pois afinal de contas somos gente de primeira grandeza e
logo o Senhor providenciará para que mais uma pessoa,
urgentemente necessitada de nossos préstimos,
nos encontre em parte de sua jornada e teremos que construir
mais uma ponte para continuar o caminho.

( Desconheço Autoria )

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ANTES DE SAIR DEIXE SEU COMENTÁRIO