quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Quando fazemos tudo


“Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos
Resta-nos um último recurso: não fazer mais nada.
Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou
a ternura que havíamos solicitado
Melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram.
Não fazer esforços inúteis,
Pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição.
Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;
Outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés.
Os sentimentos são sempre uma surpresa.
Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido.
Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito,
Quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado,
Resta-nos um só caminho… o de mais nada fazer.
Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos
Quem melhor nos quer.”

* por Clarice Lispector

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