Pequeno ensaio sobre o amor
Se uma pessoa dia para outra
"eu te amo",
a pessoa declarada, se retribui idêntico sentimento,
recebe essa declaração com o mesmo deslumbramento com que a devolve.
Porque é isso o que os amantes também gostam de ouvir do objeto do seu amor.
Quem declara se expõe. É uma operação de peito aberto.
Mas, sentir amor por alguém não significa demonstrar fraqueza.
Dizer que ama, sim, pode ser, porque quem diz está se expondo,
porque abriu a outrem o escaninho mais profundo da sua intimidade.
Mas, dizer alguém que ama a quem também lhe diz que lhe ama,
são duas intimidades expostas que se somam em uma só
e que se neutralizam na reciprocidade.
Agora, se alguém se declara a outra pessoa,
ignorando ou se enganando
em relação aos verdadeiros sentimentos dessa em relação a si,
essa, por ter tido a oportunidade de ver aberto um coração cujo amor não retribua,
pode, se assim o quiser, conspurcar e aviltar esse valioso sentimento como quiser,
até mesmo explorando-o, aí sim, como uma fraqueza de quem,
prazerosa e gratuitamente, o declarou,
acrescentando
à dor da descoberta de amar sem ser correspondido,
a de ainda ver esse amor vilipendiado.
Sim, porque mais doloroso que amar e não ser correspondido,
Mais doloroso que não poder corresponder a um amor sincero,
(que se respeita por isso mesmo)
por não poder sentir o mesmo amor, em retribuição,
é amar e ter o seu amor recusado e rejeitado.
Como um objeto bruscamente devolvido ao remetente pelo próprio destinatário.
Mas, pode acontecer que quem se declara
não está preocupado em saber se é correspondido.
É alguma coisa que quer por para fora.
É uma entrega total.
Independente.
Não está preocupado em saber se a outra pessoa o ama ou não.
Não se importa com isso.
Importa-se só com o que ele mesmo sente, ou que pensa que sente.
E com o incômodo do peso disso.
Não sei se esse amor é amor.
Ou se é uma confissão, como a de uma culpa,
que se confessa para se livrar do tormento dela.
Ou se esse amor é que é o verdadeiro amor.
Por ser entregue com tal destemor.
(J. C. Menezes)
Se uma pessoa dia para outra
"eu te amo",
a pessoa declarada, se retribui idêntico sentimento,
recebe essa declaração com o mesmo deslumbramento com que a devolve.
Porque é isso o que os amantes também gostam de ouvir do objeto do seu amor.
Quem declara se expõe. É uma operação de peito aberto.
Mas, sentir amor por alguém não significa demonstrar fraqueza.
Dizer que ama, sim, pode ser, porque quem diz está se expondo,
porque abriu a outrem o escaninho mais profundo da sua intimidade.
Mas, dizer alguém que ama a quem também lhe diz que lhe ama,
são duas intimidades expostas que se somam em uma só
e que se neutralizam na reciprocidade.
Agora, se alguém se declara a outra pessoa,
ignorando ou se enganando
em relação aos verdadeiros sentimentos dessa em relação a si,
essa, por ter tido a oportunidade de ver aberto um coração cujo amor não retribua,
pode, se assim o quiser, conspurcar e aviltar esse valioso sentimento como quiser,
até mesmo explorando-o, aí sim, como uma fraqueza de quem,
prazerosa e gratuitamente, o declarou,
acrescentando
à dor da descoberta de amar sem ser correspondido,
a de ainda ver esse amor vilipendiado.
Sim, porque mais doloroso que amar e não ser correspondido,
Mais doloroso que não poder corresponder a um amor sincero,
(que se respeita por isso mesmo)
por não poder sentir o mesmo amor, em retribuição,
é amar e ter o seu amor recusado e rejeitado.
Como um objeto bruscamente devolvido ao remetente pelo próprio destinatário.
Mas, pode acontecer que quem se declara
não está preocupado em saber se é correspondido.
É alguma coisa que quer por para fora.
É uma entrega total.
Independente.
Não está preocupado em saber se a outra pessoa o ama ou não.
Não se importa com isso.
Importa-se só com o que ele mesmo sente, ou que pensa que sente.
E com o incômodo do peso disso.
Não sei se esse amor é amor.
Ou se é uma confissão, como a de uma culpa,
que se confessa para se livrar do tormento dela.
Ou se esse amor é que é o verdadeiro amor.
Por ser entregue com tal destemor.
(J. C. Menezes)
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