quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O Terrível Ato de Maldizer


“Amas todas as palavras devoradoras, ó língua fraudulenta!” (Salmo 52;4)

Você já ouviu uma fofoca? Quem sabe, ao longo de sua vida, você mesmo já tenha pronunciado algum comentário de fonte não muito confiável a respeito de alguém, na base do “ouvi dizer”... Não, você não está sozinho nisso. Na verdade, nos dias atuais, em tempos de Internet e de informação na velocidade da luz, não são apenas as notícias e informações úteis que correm velozes. A fofoca também. Um dos exemplos desta nova “cultura da fofoca” da sociedade moderna é a profusão de programas de TV cujo principal assunto são os boatos, “quentes” ou “frios”, sobre a vida dos famosos ou nem tão famosos assim. Algumas “celebridades”, cientes de que esta é uma forma de estar na mídia, até mesmo incentivam, “plantam” informações maldosas sobre si mesmos, num ciclo vicioso e doentio.
No entanto, há quem ache um grande divertimento comentar da vida alheia. Estranhamente, quase nunca se comenta algo de bom, porque o tipo de comentário que “rende” é a observação injuriosa, e muitas vezes, mentirosa. A tradição judaica, dos primeiros intérpretes da Bíblia, equipara a fofoca ao assassinato, pois em ambos os casos está presente aquilo que a Bíblia chama de “derramamento de sangue inocente”. Na verdade, a Bíblia considera a fofoca pior do que o assassinato, porque a vítima ainda está viva para sofrer a injúria. Em outras palavras, a fofoca é uma espécie de assassinato da honra. O fofoqueiro é alguém que, segundo o Salmo 52, “ama todas as palavras destruidoras”. Mais acima, o mesmo texto diz: “A tua língua intenta o mal, como uma navalha afiada, tramando enganos (v.2)”.
O célebre psicólogo Carl Gustav Jung, contemporâneo de Freud, ensinava que o fofoqueiro é alguém que não conseguiu satisfazer sua vida e auto-estima pelos meios normais, e precisa da maledicência para se compensar. Em outras palavras, o fofoqueiro é um doente, que muitas vezes não avalia as dimensões do mal que gera.
Deus dá muito valor àquilo que falamos. Tanto assim é que a oração é o meio que Ele instituiu para adquirirmos o Seu favor. Se proferirmos bênçãos, seremos abençoados; se, no entanto, proferimos maldições, seremos abençoados. O rei Salomão, sabiamente, ensina: “A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto” (Provérbios 18:21). Jesus, de forma ainda mais radical, repudia os lábios cheios de comentários maldosos com um argumento incontestável: “A boca fala daquilo que o coração está cheio!” (Mateus 12:34).
Portanto, vigiemos nossos lábios e nosso coração todos os dias, para que nossa boca pronuncie somente palavras abençoadoras: um elogio, uma gentileza, um hino de louvor a Deus...e se você é do tipo inteligente e sagaz, contenha sua ironia. Tente fazer da sua notável inteligência uma forma de ajudar os outros, não de destruí-los. O Salmo 15 diz que só entrará no Santuário de Deus (ou seja, no coração de Deus) quem “não difama com sua língua e não faz mal a seu próximo”.
Deus livre você das línguas fraudulentas... e, principalmente, livre-o de ser uma delas!
O Senhor Jesus te abençoe abundantemente.

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